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JOSÉ PIMENTEL
( BRASIL – PERNAMBUCO )
José de Souza Pimentel, conhecido pelo seu nome profissional e artístico como José Pimentel, foi um ator, diretor e escritor teatral brasileiro, além de professor de teatro na faculdade de jornalismo na Universidade Federal de Pernambuco, no Recife. Wikipédia
Nascimento: 11 de agosto de 1934, Garanhuns, Pernambuco
Falecimento: 14 de agosto de 2018, Recife, Pernambuco
Livros: Heróis pernambucanos no teatro ao ar livre: Frei Caneca : Batalha dos Guararapes
Morte: 14 de agosto de 2018 (84 anos); Recife, PE
Nome completo: José de Souza Pimentel
NORDESTE – ANO XVII – DEZEMBRO DE 1964 – Recife – Pernambuco. Direção: Esmaragdo Marroquim e Ladjanne.
23x31 cm Ex. biblioteca de Antonio Miranda
A FÉ
Do Gênesis partiu, com sêde e sono.
Na descarnada fruta fez morada,
cismou ao ver a pedra escalavrada,
do fratricídio se arvorou patrono
e da terra, prata e ouro novo dono.
Alicerçando a vida na serpente,
fundiu a estrela-guia com o tridente
e elaborou assim crime e castigo,
moldando o rei num xeque permanente.
No dorso tenso da onça e no camelo,
escravizou sertões e fez deserto
o seu caminho vário, reaberto
nas várias cicatrizes e no pêlo
das mãos que numa cruz lacravam o selo
Reinventando a cor azul do medo,
buscava desvendar este segredo
(medida e peso da futura vida)
ferrando a fogo o cerne da ferida,
do cálice bebendo o sal azedo.
Cruzando mares de iodo e de sargaço.
ou revolvendo o céu azulecido,
desintegrou escama do tecido,
à codorniz feriu e o grito baço
reverberou no tempo e lá no espaço.
E arremeteu seus cornos sobre a clave,
desconhecendo o selo e sua chave.
E adulterou a paz e fez a guerra
amealhando avaro os bens da terra
(urna de estrôncio, de poeira e agave).
E na procura vã se alucina:
se liquefaz nas água do Mar Morto,
rebenta a amarra que o sustenta no porto
e chora o fel concreto e proteína,
pasto final da vida repentina.
E buscou tanto, em rotas insensatas,
que não sentiu a fé, nas leis exatas
(dentro de si em tosca sepultura,
visão senil de fluida arquitetura)
que o Cordeiro levava, além das matas.
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